Em dois anos e meio como bolsista de pós-doutorado no CINE, Chayene Anchieta brilhou na condução de trabalhos de alto impacto na área de baterias, desde a formulação de ideias originais até a publicação de artigos de impacto e patentes licenciadas, sem esquecer a supervisão de alunos de mestrado e doutorado, que é uma das atividades científicas favoritas da jovem cientista.

Chayene iniciou as suas atividades no programa de Armazenamento Avançado de Energia do CINE em 2019, com supervisão dos professores Gustavo Doubek e Rubens Maciel (Unicamp). Logo nos primeiros dias, a recém-doutora já estava no LNLS-CNPEM aproveitando o poder da radiação síncrotron para analisar as mudanças que ocorrem em baterias enquanto estão em funcionamento (os chamados estudos “operando”).

A partir desse momento, ela se envolveu ativamente em mais de dez projetos com o objetivo final de avançar o desenvolvimento de tecnologias emergentes para baterias, como a de lítio-ar. Para isso, foi necessário não apenas utilizar técnicas de análise avançadas, mas também aprimorá-las. Uma dezena de artigos científicos publicados em renomados periódicos internacionais surgiram dentro desse projeto.

Um lugar especial é reservado nas lembranças de Chayene para o desenvolvimento de um novo eletrólito. “A ideia surgiu enquanto eu ainda estava no doutorado na UFSCar e ganhou ainda mais força quando eu percebi que poderia ser aplicado na prática”, conta ela. A sugestão de Chayene foi rapidamente aceita pelos professores Rubens e Gustavo e se tornou realidade dentro do mestrado da aluna Letícia Barros, contando também com a colaboração do grupo de Ciência Computacional do CINE. O projeto rendeu alguns frutos extras, como uma patente que já foi licenciada para a Shell e premiada pela Agência de Inovação da Unicamp.

Desde final de 2021, Chayene está na Suíça atuando como cientista de pós-doutorado no laboratório de luz síncrotron do Paul Scherrer Institut, mas continua vinculada ao CINE enquanto pesquisadora colaboradora. A jovem permanece ativa no centro, articulando parcerias internacionais para realizar mais estudos pioneiros com baterias. “Sempre mantive contato com o Brasil e continuo colaborando com os grupos do CINE, mesmo que muitas vezes trabalhe três turnos para que isso seja possível”, diz ela.

Chayene considera que o CINE teve um grande impacto na sua carreira científica. “Foi onde recebi apoio para realizar objetivos muito audaciosos”, expressa. “Contudo, o que eu considero de mais valia são as relações pessoais estabelecidas ao longo da jornada e o conhecimento adquirido/ compartilhado com muitos alunos. Afinal, nem só de ciência se vive!”, conclui.