O terceiro evento do CINE voltado à formação de empreendedores foi realizado na última semana de outubro. Bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado do centro participaram de uma série de dinâmicas com o objetivo de identificar tecnologias com potencial para gerar produtos e, também, apresentar possíveis negócios por meio de pitches (apresentações curtas feitas por empreendedores para explicar de forma persuasiva o valor das suas startups).

“O Workshop Geração de Startups para a Transição Energética foi um marco para muitos pesquisadores do CINE”, diz o professor Hudson Zanin (Unicamp), coordenador de Transferência de Tecnologia do CINE que conduziu a organização do evento. “Pela primeira vez, alunos de pós-graduação e doutores tiveram a chance de transformar suas ideias de laboratório em modelos de negócio”, destaca.

Por meio de atividades conduzidas por mentores do Escalab, centro especializado em levar tecnologias do laboratório ao mercado, os treze participantes do workshop aprenderam ferramentas e métodos essenciais para enxergar oportunidades reais de negócios e analisar objetivamente a sua viabilidade.

“A curva de aprendizado foi exponencial”, conta o participante João Marcos Kanieski, que está fazendo seu pós-doutorado no CINE. “Em apenas cinco dias aprendi a preparar uma apresentação robusta para possíveis investidores ou parceiros, o pitch, iniciando pela problematização, passando pela solução, diferenciais competitivos, viabilidades técnica e econômica, maturidade tecnológica, dicas de narração do texto e oratória”, completa.

No total, cinco pitches foram apresentados pelos participantes no último dia do evento. Os apresentadores mostraram as suas propostas de negócios relacionadas ao armazenamento de energia solar no campo, monitoramento da qualidade do biogás, baterias nacionais sustentáveis, recarga rápida de veículos eletrificados e etiquetas eletrônicas. Uma banca de representantes de empresas que atuam nos setores de energia, transporte e investimentos assistiu às apresentações e as avaliou, fornecendo importantes sugestões.

“ O evento permitiu uma visão 360 graus do empreendimento; hoje penso na startup de forma completamente diferente”, diz João Marcos, que está trabalhando na criação de uma rede de eletropostos baseados no uso de baterias estacionárias. “Antes, eu via a nossa solução de forma bastante técnica; agora a vejo inserida em um contexto econômico e social”, completa.

De acordo com o professor Hudson, eventos como este ajudam a criar pontes entre o interesse científico e as dores e demandas do mercado, os quais nem sempre estão alinhados. “Queremos ver florescer ciência de ponta com alma empreendedora, feita por brasileiros que acreditam que conhecimento pode — e deve — virar desenvolvimento”, diz ele.

O workshop foi organizado por uma equipe do CINE (o pós-doc Bruno Bitarães e as analistas Camila Pedroso e Tatiana Pessanha), junto a Eduarda Rezende, da equipe do Escalab.