Uma colaboração científica entre pesquisadores do CINE e de um importante centro de pesquisa da Alemanha viabilizou o desenvolvimento de técnicas de produção de membranas porosas com alta eficiência para separação de dióxido de carbono (CO2).

A pesquisa faz parte dos esforços realizados no Programa “Metano a Produtos” do CINE para converter metano (gás abundante no planeta Terra) em combustíveis e compostos químicos de maior valor agregado. De fato, essas membranas separam o CO2 que está presente nos gases usados na conversão de metano em produtos, tornando esse processo mais eficiente. Além disso, a captura do CO2 permite o seu aproveitamento como matéria-prima em outros processos industriais. Posteriormente, as membranas também poderiam ser usadas para capturar o CO2 gerado em processos de combustão, evitando que seja lançado à atmosfera.

No contexto da colaboração, a pesquisadora Sabrina Carvalho, que faz pós-doutorado no contexto do CINE no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), realizou um estágio de pesquisa no Institute of Energy and Climate Research do Forschungszentrum Jülich (Alemanha) durante o primeiro semestre de 2020. Esse centro, que faz parte da Helmholtz Association of German Research Centres, é um dos mais importantes em pesquisas interdisciplinares da Europa.

O trabalho realizado em Jülich consistiu em produzir membranas cerâmicas compósitas (céria-gadolínia/carbonatos de haletos alcalinos) por meio de duas técnicas nas quais o instituto alemão tem expertise e equipamentos: tape casting e freeze drying. Junto a um especialista em produção de membranas por tape casting, Sabrina desenvolveu a técnica para aplicá-la à produção de materiais porosos. “Temos o equipamento no IPEN, então dá pra continuar a produção aqui no Brasil”, conta a pesquisadora. A pós-doc também produziu membranas a partir da técnica de freeze drying. “É uma técnica inovadora para produção de materiais com controle da estrutura de poros, que ainda não conta com publicações do Brasil”, comenta. Estudos com as membranas obtidas começaram a ser feitos no estágio na Alemanha e prosseguem no IPEN.