CINE realiza evento de formação de empreendedores para a transição energética

Um simpósio totalmente dedicado ao empreendedorismo tecnológico foi realizado pelo CINE em parceria com um centro dedicado a levar tecnologias do laboratório ao mercado, o Escalab. O objetivo do evento foi motivar e capacitar os membros do CINE para que, a partir das suas pesquisas científicas, criem soluções inovadoras que atendam a demandas do mercado.
Realizado no auditório da FEQ-Unicamp na manhã e na tarde do dia 13 de maio, com transmissão ao vivo no YouTube, o “Simpósio Geração e Aceleração de Startups para Transição Energética” contou com um público de cerca de 60 pessoas, formado por estudantes de graduação, mestrado e doutorado, bem como pesquisadores em diversas fases da carreira científica. O evento teve financiamento da Fapesp e da Shell Brasil, patrocinadoras fundadoras do CINE.
“No meio acadêmico, às vezes a gente pensa que a tecnologia que desenvolvemos está pronta para o mercado, mas, na verdade, é um grande desafio transformar o protótipo em um produto”, diz o professor Hudson Zanin (Unicamp), pesquisador do CINE que coordenou a organização do evento. “Neste simpósio conseguimos plantar sementes que podem se transformar em negócios no futuro por meio do planejamento do melhor caminho entre o protótipo e o produto”, comenta o cientista.
O evento trouxe seis palestrantes externos que compartilharam com o público o seu conhecimento sobre a transformação de pesquisa acadêmica em produto no Brasil. Além disso, no final do simpósio, houve apresentações de três startups da área de novas energias que fazem parte do CINE: a Cath Energy, que visa à produção de materiais para baterias a partir de minérios brasileiros; a BREnergies, que está construindo uma planta piloto para a produção nacional de baterias de lítio, e a Seriema, que propõe uma estação de recarga de veículos eletrificados que ajuda a estabilizar a rede elétrica. Nos pitchs, membros das startups mostraram, em poucos minutos, o problema que motivou sua criação, a solução proposta e os investimentos iniciais necessários.
“Saí do evento mais confiante, motivada e com vontade de continuar construindo e aprendendo em grupo”, diz Isabelly Victória de Souza, estudante da Unicamp, bolsista de iniciação científica no CINE e participante da startup BREnergies. “Como aluna de graduação, me senti acolhida e animada por ter espaço para trocar com pessoas de trajetórias inspiradoras”, destaca.
Falas de especialistas e empreendedores
Depois da abertura, realizada pelo professor Hudson e pela diretora do CINE, Ana Flávia Nogueira, o professor Rochel Lago (UFMG) apresentou o Escalab, um centro de escalonamento de tecnologias e modelagem de negócios localizado em Belo Horizonte, do qual Lago é cocriador. Além de ser um produtivo pesquisador na área de Química (autor de mais de 200 artigos científicos e mais de 30 patentes), o professor tem se dedicado ao empreendedorismo tecnológico, tendo proferido mais de 120 palestras sobre o tema. Em uma segunda fala, perto do final do evento, Rochel apresentou exemplos de tecnologias escalonadas e startups em aceleração na fábrica de negócios (venture builder) do Escalab.
Na segunda palestra da programação, o público pôde entender o ecossistema de inovação da Unicamp, que foi apresentado por Mariana Zanatta, coordenadora de Ambientes de Inovação e Empreendedorismo na Inova, a agência de inovação da Unicamp. Na terceira apresentação, a empreendedora Viviane Hamanaka contou a história da Autocoat, desde a sua criação como uma startup na Unicamp até a sua atuação no mercado internacional de equipamentos. Viviane, que tem doutorado em Engenharia Elétrica pela USP, é fundadora e CEO da Autocoat.
Após a apresentação do case, o programa do evento contou com mais duas palestras da equipe do Escalab. Os ecossistemas de inovação no Brasil e no mundo foram o assunto da fala de Maria Duarte, cofundadora e diretora geral do Escalab. A jovem química, que já participou de dois empreendimentos de base tecnológica, apresentou exemplos de caminhos a seguir para licenciar tecnologias, prestar serviços e criar startups. Por sua vez, Eduarda Rezende, que atua na gestão de projetos e condução de programas de inovação aberta no Escalab, apresentou conceitos de inovação e explicou como avaliar se uma ideia pode virar um negócio.
Finalmente, Alexandre Bueno (UFSCar), mestre e doutor em Gestão da Tecnologia e da Inovação, compartilhou uma apresentação sobre a unidade da Embrapii que funciona na UFSCar e as fontes de financiamento que podem ser utilizadas nos projetos de inovação que ali são desenvolvidos em parceria com a indústria. Bueno ainda apresentou vários casos de sucesso da Embrapii-UFSCar.
“As informações, conceitos e exemplos apresentados pelos palestrantes me ajudaram a entender melhor como a pesquisa pode se transformar em soluções reais de fato, além de trazer uma visão mais concreta sobre o mercado e onde a tecnologia da nossa startup se encaixa”, comenta Isabelly. “Além disso, foi um momento importante para refletir sobre os caminhos possíveis dentro e fora da academia, e sobre como o trabalho em equipe faz toda a diferença nesse processo”, completa.
Para Bruno Bitarães, membro do CINE que participou ativamente da organização do simpósio, o evento inspirou os pesquisadores a seguir novos caminhos de carreira profissional. “Mostramos como é possível formatar a pesquisa para atender necessidades da sociedade e com isso gerar valor”, diz ele. Além de desenvolver um trabalho acadêmico como pós-doutorando na Unicamp, Bruno participa da startup Cath Energies, que visa produzir materiais para baterias a partir de minérios brasileiros.
O simpósio foi o segundo evento para formação de empreendedores promovido pelo CINE. O primeiro ocorreu em agosto de 2022 e foi realizado em parceria com a Inova Unicamp.
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